Com dados mais detalhados, novo censo do ensino superior permite personalizar análise e atender planejamento da gestão

Luciene Leszczynski

A sinopse completa do Censo da Educação Superior de 2011 traz informações mais detalhadas sobre o setor, incluindo novos recortes. A gama completa de informações permite personalizar a análise conforme o interesse de cada gestor ou instituição. A revista Ensino Superior ainda vai se aprofundar mais sobre o relatório completo, mas de antemão gostaria de trazer aqui algumas informações no mínimo curiosas.

Em primeiro lugar é preciso registrar que o número de matrículas continua em expansão, com um crescimento de 5,7% em 2011 numa comparação com o ano anterior. A taxa, porém, é insuficiente para a meta do Plano Nacional de Educação, que pretende ter 33% dos jovens matriculados numa graduação até 2020, conforme mostrou reportagem na página 22 desta edição.
Mais uma vez o ensino superior público, puxado pela rede federal, foi o que mais cresceu no período (7,9%). Já no setor privado o aumento foi de 4,8%. Ainda assim, são as instituições particulares que abrigam a grande maioria dos alunos de graduação, quase 74%.

Mas o disparate entre o número de vagas oferecidas e o de ingressantes nas redes pública e privada é surpreendente. Enquanto as instituições federais ofereceram em 2011 pouco mais de meio milhão de vagas, preenchendo praticamente quase a totalidade, o setor privado dispunha de quase quatro milhões de cadeiras, mas ingressou menos da metade desse contingente. Os números indicam que cada vez mais as políticas de oferta de bolsas e de financiamento público devem ser estimuladas para que o setor particular possa continuar atendendo a demanda de formação.

As mulheres, que ganharam diplomas com direito à flexão de gênero para o título de graduação (tema retratado nesta edição na página 36), fazem jus à medida: 621 mil mulheres concluíram uma graduação em 2012 ante 395 mil homens. O número de homens formados só é maior nos cursos tecnológicos, com 87 mil graduados contra 83 mil graduadas no ano passado. Em relação a faixa etária, é interessante anotar a incidência de quase cinco mil estudantes com mais de 65 anos e 12,5 mil com mais de 60.