george_solano_pedro-meloGeorge D. Kuh, da Indiana University (EUA), será um dos destaques internacionais do 15º FNESP, no debate “Competitividade e gestão dos estudantes – retenção e fidelização”, que contará também com a participação de Francisco Solano Portela Neto, Diretor Educacional do Instituto Presbiteriano Mackenzie e Pedro Melo, Coordenador do Mestrado em Gestão Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina.

George é Diretor do Instituto Nacional de Resultados da Avaliação da Aprendizagem (NILOA), que trabalha com cases práticos (estudo de situações concretas em universidades dos Estados Unidos) e com pesquisas que procuram analisar os fatores que favorecem a retenção e fidelização dos estudantes. Um dos objetivos de George Kuh é entender o que leva os estudantes a se engajarem com a instituição.

Esse olhar não é comum no Brasil. Geralmente estamos preocupados com a gestão administrativa, financeira e com a qualidade acadêmica, o que é necessário e legítimo. Todavia, a competitividade do ambiente do ensino superior exige outros olhares. Em um ambiente complexo e dinâmico, os gestores das IES brasileiras precisam dedicar um bom tempo para a discussão sobre as melhores práticas de relacionamento com os alunos e para a elaboração de estratégias que favoreçam o engajamento dos estudantes.

George Kuh, frequentemente, inicia suas discussões com uma questão: “o que é sucesso para os estudantes?”. Será que já fizemos essa pergunta em nossas reuniões estratégicas? É comum entendermos que o sucesso está diretamente relacionado à empregabilidade e aos salários que dos egressos quando estão empregados.

Sem dúvida, esses são indicadores essenciais. Porém, George Kuh vai além. Ele indica que a melhoria dos indicadores de retenção passa pelo ambiente criativo e integrador da instituição. Para o professor, cabe aos gestores criarem um ambiente que favoreça o engajamento social, as atividades comunitárias, as discussões sobre temas de ética e cidadania, a criação de grupos de estudos, as atividades esportivas, o trabalho coletivo, as oficinas de escrita, arte e raciocínio lógico, o diálogo com os empregadores e a inovação acadêmica alinhada com a criatividade e o aprendizado interdisciplinar.

George Kuh tem uma série de indicadores que demonstram que as IES que realmente cuidam de seus estudantes possuem melhores taxas de retenção e fidelização. Cuidar significa intensificar o relacionamento, atender às demandas e criar um ambiente que engaje os estudantes em uma série de atividades.

Podemos argumentar que nossos estudantes frequentam cursos noturnos e que trabalham durante o dia e, portanto, não possuem tempo para engajamento. A questão para o professor Kuh não está na quantidade de tempo, mas na forma como a IES se relaciona com os estudantes e oferece atividades alternativas, que vão além da sala de aula.

Acreditamos que diminuímos a evasão e aumentamos a retenção com mensalidades adequadas, bom atendimento, bons sistemas de cobrança e com coordenadores e professores que dialogam com os estudantes. Sem dúvida, essas atividades são estratégicas. Mas, como já afirmei, ir além disso melhora a competitividade.

Caros gestores, sabemos que em nosso ambiente temos muitas práticas de gestão, que são utilizadas por boa parte das IES que atuam no sistema. Se há muito “mais do mesmo”, eu gostaria de fazer uma pergunta: o que fazemos de diferente para atrair, engajar e reter os estudantes em um ambiente competitivo? Há uma “disputa” por estudantes e uma “guerra de imagem e mídias” em que as IES divulgam que são melhores que as concorrentes. Mas, de fato, o que fazemos de positivo para fidelizar os estudantes?

O professor George Kuh irá apresentar toda sua grande experiência durante o 15º FNESP. As inscrições estão abertas, acesse aqui.

 

Por Fábio José Garcia dos Reis.