No primeiro dia de seminários e visitas na Dinamarca, os participantes na 9ª Missão Técnica Internacional foram até o Ministério da Educação e Ciência para conhecer o sistema educacional que, além de todas as ações internas, trabalha em cooperação com parceiros internacionais, inclusive fora da União Europeia.

Todas as Instituições de Ensino Superior são públicas e formadas por 8 universidades, 9 academias de negócios, 7 universidades colleges, 3 instituições de arquitetura e 10 institutos marítimos. A educação na Dinamarca é obrigatória por nove anos e, após o término desse período, o estudante pode optar pelo ensino técnico profissionalizante ou pela universidade.

Além de ter acesso à educação gratuita, os alunos recebem salário e a universidade utiliza a inovação para evitar evasão e que eles trabalhem enquanto estudam, por isso, há poucos cursos noturnos. Os diplomas profissionalizantes, oferecidos pelas universidades colleges, preparam professores primários, enfermeiros e outros profissionais do mercado de trabalho. Mais de 10% dos alunos são estrangeiros que ingressam por meio de programas de intercâmbio.

A missão do Ministério tem sido trazer mais jovens para o ensino superior e atender as exigências do mercado de trabalho. Os reitores das universidades tem um mandato de quatro anos, geralmente são escolhidos docentes com grande experiência em gestão ou pesquisa.

Cada IES recebe um financiamento que depende da instituição e do número de alunos e os repasses são avaliados por semestre. Para cada aluno que conclui o curso, a IES recebe uma bonificação. Os recursos para educação são financiadas pelo governo, mas há também fundações privadas que financiam pesquisas, pro exemplo.

O Ministério da Educação faz análise de mercado constantemente e decide onde as IES serão abertas. O salário médio dos professores variam entre 80 mil euros, para ensino médio e fundamental, e 100 mil euros, docentes do ensino superior.

Na manhã do primeiro dia, o grupo ainda visitou a University College (UCC) e foram recebidos por Aders Riel Müller, Consultor de Internacionalização, que mostrou as instalações e falou sobre a dinâmica da universidade.  Atualmente, são oferecidos programas na área de saúde, onde os alunos são formados para trabalharem no setor público. Também são oferecidos cursos de Educação Social, Formação de Professores do ensino fundamental, Enfermagem, design têxtil, fisioterapia e interpretação de linguagem de sinais.

São princípios pedagógicos da UCC: interdisciplinaridade, internacionalização, sistema colaborativo entre alunos e professores de diversas áreas e inovação acadêmica.

Há o incentivo ao intercâmbio de alunos, a prática pode ser realizada em outros países por meio de parcerias estratégicas fora da Dinamarca mas, atualmente, apenas 15% dos alunos da UCC fazem intercâmbio. Por esse motivo, há vários programas para expandir os programas internacionais.

Na UCC, os participantes se encontraram com estudantes brasileiros intercambistas: Matias, 27 anos, de São José dos Campos, que cursa Comunicação Digital e Debora, 30 anos, de Jundiaí, que faz mestrado em Gerenciamento de Operações.

Outra instituição que recebeu os participantes da Missão foi a Aalborg University. Uma universidade definida por sua capacidade colaborativa e processos inovadores. Com cerca de 23 mil alunos, sendo 3 mil estrangeiros de 113 países, os cursos tem foco no ensino PBL (aprendizado baseado em problemas), ou seja, os alunos partem de um problema apresentado e aprendem resolvendo. São novas formas de interação com o mundo externo, convênios com empresas locais e participação da comunidade.

O PBL facilita o aprendizado do trabalho em grupo, a se comunicar, a lidar com problemas, a contestar e a aceitar sugestões. Os alunos se agrupam por afinidade e similaridade nos projetos que pretendem desenvolver. Cerca de 25% dos projetos são utilizados na indústria.

Amanhã, o grupo terá o último dia de seminários e visitas na Dinamarca e sábado retornam para o Brasil. Acompanhe também no Facebook.