Além de otimizar os custos com a área de TI da instituição, levar a computação para a nuvem permite redirecionar os esforços do setor de tecnologia para alavancar o negócio

por Luciene Leszczynski

p38-iStock_000043167104LargeA computação na nuvem tem ganho cada vez mais terreno na gestão da área de tecnologia das instituições de ensino superior. A principal justificativa para o sucesso do uso desse sistema está em poder dispor da equipe técnica para pensar no negócio da instituição, ao invés de consumir seus esforços resolvendo problemas pontuais de tráfego ou armazenamento de dados. Mas antes de entrar no mundo da nuvem é preciso se certificar de algumas decisões administrativas e preparar gestores e colaboradores para o melhor aproveitamento dessa tecnologia.

De acordo com o consultor de TI Christian Menescal, durante apresentação no 6º Seminário de Tecnologia do Semesp, para melhores resultados da implantação de um sistema de cloud computing é preciso que o setor de tecnologia se mantenha próximo da área de negócios da instituição e estabeleça parcerias com outros setores para poder levar adiante o projeto. “A área de TI tem de estar colada com a área de negócios, porque a adoção dos recursos depende da estratégia da instituição”, recomendou.

De olho no negócio

Antes de embarcar num projeto de cloud computing é aconselhável trabalhar para a capacitação da equipe e preparação da infraestrutura tecnológica da instituição. “Pensar uma nova arquitetura tecnológica também é importante. Para chegar ao modelo nuvem é preciso capacitação da equipe e redesenhar a TI em médio e longo prazo, pensando no modelo de negócio da instituição”, complementou o consultor de TI César Fava, que também participou do seminário.

Para quem espera uma transição rápida, os consultores alertaram para ter paciência, pois, como qualquer processo de implantação tecnológica, passar a computação para a nuvem também requer tempo. O conselho é fazer um planejamento e ir migrando para a nuvem conforme a conveniência do negócio. “Não tem salto, uma arquitetura precisa de planejamento e transição de implantação”, disse Fava.

Com relação à equipe de TI, os consultores recomendaram priorizar que seja composta por profissionais capacitados e com foco no negócio. “O maior benefício de migrar para nuvem é liberar a equipe de TI da instituição para pensar funcionalidades para o negócio”, lembrou Menescal.

Já sobre a questão da segurança dos sistemas, o consultor assegurou que praticamente todas as empresas que disponibilizam o serviço de nuvem possuem altos níveis de segurança dos dados. Nesse sentido, Menescal lembrou a necessidade de a própria instituição estabelecer parâmetros entre seus colaboradores para a segurança de acesso. “A garantia de segurança no modelo cloud é da instituição, que deve assegurar o uso correto da rede. O que os serviços de cloud garantem é seguridade”, alertou.

Foco na retenção

Além de liberar espaço nos servidores, armazenar num mesmo local os diversos dados da instituição gera uma nuvem carregada de informações que podem ser usadas como parte estratégica do negócio. Para César Fava, a dor latente nas instituições é a captação e retenção de alunos, uma área que com os dados bem apurados e acompanhados é beneficiada pela sistematização dessas informações.

O segredo está nos sistemas de informação gerados pela compilação dos dados na nuvem. “Juntar o desempenho do aluno, que pode ser acompanhado na plataforma educacional, com as informações de presença e de pagamento, por exemplo, pode gerar resultados para se trabalhar a retenção do aluno”, citou o consultor. “Não é só saber se o aluno está pagando ou não, mas se o seu desempenho está adequado, se ele está satisfeito com a instituição”, sugeriu César Fava.

Garantir a qualidade dos dados também é crucial para obter bons resultados. ”Sem isso você está navegando no escuro”, disse Menescal. Por isso ele sugere investir na coleta precisa e sistematizada das informações junto à base. “Se não, é apenas um bando de dados”, ironizou. Assim, o consultor recomendou estabelecer uma data fixa para a leitura, além de medir o antes e o depois, a fim de se ter parâmetros de comparação.

Características da nuvem
Serviço sob demanda: pode-se contratar exatamente o que se utiliza
Mensurabilidade: permite análise de volume de dados
Elasticidade: é flexível para ampliação do uso
Ação conjunta: trabalha com recursos compostos
Mobilidade: permite acesso em qualquer lugar