Interesse econômico no setor põe governo em alerta para não perder as rédeas do crescimento do ensino superior

Luciene Leszczynski

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O fraco desempenho do PIB no terceiro trimestre, revendo a expectativa de crescimento anual da economia para cerca de 1%, segundo diferentes análises de especialistas, não abalou o mercado educacional do país. Aliás, nos últimos anos pode-se dizer que pouca coisa tem tirado o sono dos gestores das instituições particulares de ensino superior brasilerias, especialmente no que diz respeito às probabilidades de ganhos futuros do setor.

O sucesso do mercado educacional não é à toa. Ainda que enfrente alguns percalços econômicos, o Brasil é tido como a bola da vez no meio internacional, e para a manutenção do desenvolvimento experimentado nos últimos anos nada mais importante do que investir pesadamente na educação, o que já não era sem tempo. Por isso o investimento no setor, tanto público quanto privado, constitui não só uma necessidade, mas uma grande oportunidade, especialmente pela ascensão social de grande parte da população brasileira e acompanhada das políticas de financiamento e acesso ao ensino superior promovidas pelo governo.

Após passar por mudanças que reduziram a taxa de juros, ampliaram o prazo de amortização e permitiram a adesão a qualquer tempo, e ajustar problemas operacionais, o programa de financiamento estudantil (Fies) contabilizava em setembro 305 mil contratos firmados no ano, o dobro do registrado em 2011. Para 2013, uma medida provisória em tramitação no Congresso prevê recursos de R$ 1,68 bilhão para o Fies.

Por outro lado, o apetite de investidores por boas oportunidades de negócios coloca o setor de ensino superior brasileiro entre os queridinhos do mercado financeiro, abrindo uma nova etapa de expansão dos grandes grupos. Assim, apesar de estimular o crescimento do número de universitários, o interesse econômico no mercado educacional colocou em alerta o Ministério da Educação (MEC), que prepara para o próximo ano a implantação de novas regras para não perder de vista o controle das instituições de ensino superior.