Fábio Reis durante abertura do 2º Encontro de Redes Regionais de Cooperação

32 instituições de ensino superior de vários estados brasileiros participaram nesta quarta, 26, do 2º Encontro de Redes Regionais de Cooperação, realizado na sede do Semesp. O objetivo do evento foi apresentar e discutir desafios e propostas de melhoria na atuação das redes, grupos em que diferentes IES trabalham de modo colaborativo.

“As redes trabalham a partir da troca de informações e de um processo de construção coletiva”, afirmou o diretor de Inovação e Redes de Cooperação do Semesp, o professor Fábio Reis, na abertura do encontro. “Nosso objetivo hoje é dar continuidade a esse caminho para potencializar ainda mais os resultados alcançados por nossas oito redes”.

O diretor da ATN, Alex Webb, falou sobre a experiência do consórcio australiano

Case australiano e finlandês

Profissionais das áreas acadêmicas, de gestão e marketing das IES que formam as redes puderam conhecer durante o encontro o case da ATN (Australia Technology Network), um consórcio australiano formado por cinco instituições de ensino do país e que tem mais de 20 anos de existência.

O diretor da ATN, Alex Webb, contou aos presentes um pouco da história do consórcio, como ele foi estruturado, suas principais diretrizes e erros e acertos cometidos durante o processo inicial de sua constituição.

Webb explicou, por exemplo, que as universidades que compõem a ATN são instituições jovens e com background técnico focado na indústria, diferente das mais estabelecidas no país. Por isso, elas decidiram se unir para que suas demandas fossem ouvidas no âmbito político.

Com 66% do financiamento para pesquisas vindo do apoio da indústria, a ATN tem como um dos princípios básicos o engajamento das IES com o setor industrial e o mercado. Trabalhar na defesa de políticas públicas de educação e na internacionalização por meio do relacionamento com outros países também estão entre os focos do consórcio. Webb reforçou, no entanto, que todos esses princípios e as decisões da ATN são baseados na ideia de benefício coletivo das universidades.

Após a apresentação de Webb, as redes discutiram como a experiência australiana e os seus projetos e indicadores são relevantes ao cenário nacional e podem servir de exemplo para as IES brasileiras, a partir de questões como qualificação das redes e fomentação de novos vínculos entre as instituições.

Outro momento do 2º Encontro de Redes Regionais de Cooperação apresentou aos participantes a Proakatemia, uma escola de liderança e empreendedorismo ligada à Universidade de Tampere, localizada na Finlândia.

Integrantes das oito redes de cooperação do Semesp

Experiências das redes

Algumas das redes do Semesp tiveram espaço durante o evento para apresentar suas principais conquistas e resultados. Seus representantes discutiram desafios como as culturas diversas das IES e a dificuldade de realizar os encontros entre elas, já que as entidades são de localidades diferentes.

Temas como networking, projetos de extensão e implantação de parcerias e construção de metodologias de educação a distância foram alguns dos pontos de melhorias citados pelas redes.

Rafael Povedano, representante da Rede Pioneira Semesp, que completa dois anos em outubro, destacou o compartilhamento de informações operacionais como um dos maiores benefícios da rede composta por três IES. “Talvez, o benefício maior nem seja tão visível e aconteça no âmbito operacional e administrativo”, revelou.

Já Luiz Claudio Pereira, representante de uma rede composta por nove IES de diferentes estados (Paraná, Espírito Santo, Maranhão, Tocantins, Minas Gerais e Rio de Janeiro) citou a sinergia entre as instituições como principal fator do sucesso da iniciativa graças à geração de confiança construída durante os encontros.

O 2º Encontro de Redes Regionais de Cooperação foi finalizado com a divisão dos presentes em grupos temáticos para a discussão de temas como EAD, governança e gestão, tecnologia e marketing, supervisão e avaliação do MEC e inovação e formação de professores a partir das experiências das redes.