“O mundo é cada vez mais internacional, então a experiência dos estudantes também tem de ser global”, afirma vice-reitor da Universidade do Sul da Califórnia

Luciene Leszczynski

206992_4959O Brasil está mesmo no centro das atenções de grandes universidades internacionais para a realização de parcerias no campo da pesquisa acadêmica e intercâmbios educacionais. Depois da chegada recente da Universidade do Sul da Califórnia (USC), com inauguração de um escritório em São Paulo e a assinatura de parcerias de colaboração científica, também anuncia a seu desembarque no Brasil a Universidade de Edimburgo.

A abertura da nova sede da instituição escocesa ocorreu no Centro Brasileiro Britânico, na capital paulista, e contou com a presença do ilustre ex-aluno, o ministro britânico para a Escócia, Michael Moore. De saída, a Universidade de Edimburgo anunciou o financiamento de 12 novas bolsas de estudo para oferecer apoio a estudantes latino-americanos de grande potencial. A Escócia também tem forte interesse em participar de grandes projetos brasileiros, como os eventos esportivos que ocorrem no Brasil.

No 21° lugar na classificação QS de 2012, a Universidade de Edimburgo tem mais de 31 mil estudantes, sendo mais de um terço vindo do exterior. Nos últimos dois anos, a instituição registrou um aumento de 50% no número de estudantes brasileiros.

Aula de improvisação teatral na Universidade do Sul da Califórnia, que se destaca nas áreas das artes e por onde passaram George Lucas e Walter Salles. Foto: Philip Channing/Divulgação USC

Aula de improvisação teatral na Universidade do Sul da Califórnia, que se destaca na área das artes e por onde passaram George Lucas e Walter Salles. Foto: Philip Channing/Divulgação USC

Mais internacional

Expandir a internacionalização do ensino e das pesquisas é justamente o principal foco das grandes instituições educacionais, que nos últimos anos, pós-crise financeira nos Estados Unidos e Europa, passaram a mirar com outros olhos os países que estão no foco do desenvolvimento econômico, como Índia, China e Brasil. “Temos cerca de 60 estudantes do Brasil e queremos muitas centenas mais”, disse o presidente da Universidade do Sul da Califórnia, durante cerimônia de inauguração do escritório brasileiro. A USC abriga cerca de nove mil estudantes estrangeiros, vindos de mais de cem países diferentes, sendo a maioria originária da China (38,5%), Índia (16,7%) e Coreia do Sul (8,8%).

Além de ser uma ponte para a apresentação da USC aos estudantes brasileiros e o recrutamento de alunos, o foco do escritório da instituição é captar novas oportunidades de parcerias com instituições de ensino para a realização de intercâmbios e estabelecer uma conexão mais direta para o desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas. De acordo com o vice-reitor de Iniciativas Globais da USC, Anthony Bailey, a universidade investe cerca de US$ 650 milhões em pesquisas, cujo foco principal é a busca de soluções para problemas que afligem o mundo.

Logo de chegada, a Universidade do Sul da Califórnia celebrou junto ao governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano (SDM), um acordo para troca de experiências e melhores práticas e capacitação técnica de profissionais da SDM e da Empresa de Planejamento Metropolitano (Emplasa). A parceria tem como foco as áreas de planejamento e gestão, habitação, transportes, infraestrutura, desenvolvimento econômico, saneamento básico, finanças públicas e administração pública.

Junto a Fapesp, a USC assinou acordo para promover a cooperação científica e acadêmica internacional entre pesquisadores da universidade e do estado de São Paulo em todas as áreas do conhecimento. Também no âmbito da colaboração científica e intercâmbio de estudantes e professores, está o acordo firmado com a Universidade de São Paulo (USP), por meio do iPodia Alliance, aliança acadêmica mundial na área de engenharia, da qual ainda participam a Universidade de Pequim, na China, e a Universidade de Aechen, na Alemanha, entre outras instituições.

Apesar de a maioria dos convênios estar ligada a instituições públicas, Anthony Bailey reforça que a Universidade do Sul da Califórnia não faz distinção entre os setores público e privado para engatar uma aproximação. “O que interessa é a excelência”, disse ele, em conversa com a revista Ensino Superior. O vice-reitor lembrou ainda outras parcerias com a FGV na área de políticas públicas e direito e com a PUC São Paulo para o intercâmbio de estudantes.