O doutor Miguel Petrere Jr., docente do Mestrado de Ecologia da Universidade Santa Cecília (Unisanta), integra o grupo de cientistas dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Camboja e Brasil que estão trabalhando no estudo dos riscos das hidrelétricas na Amazônia, na África e na Ásia. Segundo ele, a bacia Amazônica, do Congo (África) e de Mekong (sudeste asiático), consideradas as mais ricas em biodiversidade, estão ameaçadas pela construção de hidrelétricas.

Além da Amazônica, a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, que está sendo construída no Rio Xingu, tem preocupado os ambientalistas pelo impacto na biodiversidade da fauna e flora e nas comunidades rurais e no clima do planeta. O projeto é de 1980, mas foi reduzido devido aos movimentos ecologistas, embargos na justiça e imposições do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

“Há espécies de alto valor que viajam centenas de quilômetros em resposta a pulsos de inundação sazonal”, afirmou Kirk Winemiller, da Universidade do Texas, líder do estudo e especialista em vida selvagem e peixes.