Nessa sexta-feira (29/9), segundo dia do 19º FNESP – Fórum do Ensino Superior Particular, realizado pelo Semesp, no World Trade Center em São Paulo, o painel de abertura foi sobre “Gestão: o desafio de equilibrar a gestão por meio da sustentabilidade e cooperação”, com as participações de Neal B. Abraham, diretor do Five College Consortium e Claire Ramsbottom, diretora do Fenway College de Boston e presidente da Associação de Liderança Colaborativa (Association for Colaborative Leadership – ACL).

O FNESP também inovou com palestras simultâneas dos representantes das Redes de Cooperação 1, 2 e 3, criadas em 2016 pelo sindicato, com Francisco Elíseo Fernandes Sanches, diretor Administrativo-Financeiro da Fundação Hermínio Ometto (Uniararas); Rogério R. Matarucco, reitor da Fundação Educacional de Votuporanga (Unifev) e Bianor Colchesqui, diretor Administrativo das Faculdades Integradas de Ourinhos (FIO).

Neal Abraham abriu o painel detalhando os 50 anos de vida da ACL, uma organização projetada para atender pequenos consórcios formados entre IES americanas e que atende 600 mil alunos e cerca de dois mil professores. “Temos cerca de 40 pessoas, que trabalham para a associação, mas nenhum de nós tem autoridade para decidir nada. São as faculdades e universidades dos nossos consórcios que precisam querer colaborar e nós oferecemos uma diretriz e orientação para quem está se tornando líder desses pequenos consórcios”, disse.

Abraham enfatizou que não há modelos iguais e absolutos de consórcios e que cada um tem sua própria estrutura e propósito, sempre em conformidade com o ambiente regional em que é formado. “Temos consórcios mais formais, outros informais, alguns em que é obrigatório o trabalho voluntário, outros mais regionais, nacionais e até internacionais, os com fim e sem fins lucrativos, com propósitos únicos ou multifuncionais, com colaborados independentes, os com vizinhos geográficos, entre instituições similares ou complementares, entre outros”.’’’’

Claire Ramsbottom acrescentou que para ter sucesso em redes de cooperação na ACL é preciso ter claro a missão e o propósito de um consórcio. O Fenway College de Boston possui seis instituições em consórcio, cinco privadas e uma pública, e todas estão em um raio de 2 km uma da outra, o que ajuda a vida de alunos e professores que podem andar a pé entre os campi e fazer os cursos e participar de eventos em todas as IES.

Segundo Claire há muitos desafios para o sucesso dos consórcios. “Temos seis líderes universitários em cada IES e temos de lidar com o ego de cada um deles, além disso os profissionais trocam com frequência de trabalho, há rotatividade desses funcionários e por essa razão temos de ser os historiadores de todos os projetos entre os consórcios, os contribuintes universitários mais ativos precisam ser premiados e reconhecidos pelo empenho e os bons resultados e a concorrência é grande e temos de ter tolerância e ambiguidade porque a cada dia acontecem situações diversas que temos de saber lidar com elas”.

Por fim, Francisco Elíseo Fernandes Sanches, diretor administrativo financeiro da Fundação Herminio Ometto (Uniararas) relatou a formação da primeira Rede de Cooperação e Inovação do Semesp, inciada em 2016 e formalizada em janeiro desse ano, composta por três IES: Unifeob, Universidade São Francisco e Uniararas. “A Rede Pioneira do Semesp teve seu primeiro encontro em agosto de 2016 e percebemos logo que era preciso ter empatia entre as instituições, a mesma filosofia e visão comum de fortalecimento individual e coletivo, com ênfase  no espírito colaborativo”, explicou Sanches.

No entanto, Sanches salientou que nos primeiros encontros os receios em trocar informações estratégicas entre eles foram se desfazendo.  As IES propuseram três etapas de trabalho: troca de informações em temas específicos e comuns de cada IES; crescimento e compartilhamento de projetos simples e serviços e, por fim, amadurecimento, com a elaboração conjunta de projetos e programas mais complexos. Passadas as etapas os resultados da Rede de Cooperação já podem ser numerados. “Em maio desse ano formamos cinco comissões de trabalho e nomeamos os líderes de cada comissão para cuidar de projetos das áreas Administrativo Financeira, Marketing e Captação, Acadêmica e Pedagógica, Pós-graduação e EAD.”

Das reuniões entre os grupos, a área Administrativa-Financeira já avançou na troca de informações e documentos sobre crédito estudantil próprio e aspectos de gestão e troca de informações e documentos institucionais (estatuto, regimento e planos de carreira).

A área de Marketing e Captação trabalhou na troca de informações e comparação da estrutura (quadro de pessoal, custos de captação e atendimento ao aluno) e fizeram uma visita conjunta para benchamarking em outra IES.

A área Acadêmica Pedagógica e de EAD trabalharam na elaboração de documento conjunto para tratar das concepções da Rede Pioneira de Cooperação, na troca de informações sobre modelos curriculares, estágios, empregabilidade e internacionalização. E agora estão em discussão para um programa de capacitação docente e indicadores de qualidade da rede, além dos fundamentos para a criação de uma revista científica digital da Rede Pioneira, cujo primeiro número vai sair em outubro desse ano e ainda o oferecimento de cursos lato sensu nas IES parceiras. “Avançamos muito em tão pouco tempo e só temos um ano de trabalho, enquanto os consórcios nos EUA já existem há mais de 100 anos”, finalizou Sanches.