Entre os dias 4 e 14 de dezembro, eu e Guilherme Marback Neto, reitor da Unijorge e professor da Universidade Federal da Bahia, visitamos 10 universidades no México, na Cidade do México, Monterrey e Gualadajara, e realizamos mais quatro reuniões com pessoas e empresas que atuam no ensino superior. Também participamos do Congresso de Inovação da Tec. de Monterrey (CIIE). Nesse evento, esteve conosco, Bruno Toledo, reitor da Unitoledo, que também visitou três universidades conosco.

O México possui mais de 13 milhões de estudantes no ensino superior e mais de 3 mil IES. A proporção de IES privadas e públicas é muito semelhante a do Brasil, exceto no que diz respeito à natureza jurídica, pois no México a legislação não permite IES com fins lucrativos. É um sistema de ensino diversificado. Visitamos instituições de boa qualidade e bem posicionadas no mercado educacional.

Faço o convite para que todos nós possamos conhecer melhor a Tec. de Monterrey, a Tec. Milênio, a Universidade de Monterrey, a Universidade ERRE, a Universidade Panamericana, a Universidade Interamericana, a Universidade Jesuíta ITESO, a Universidade do Vale do México, o Instituto Mario Molina e o Instituto Tecnológico Autônomo do México.

10 dicas, a partir das experiências conhecidas no México, que podem colaborar com a dinâmica das IES:

1. Investiram em talentos e formação de grupos de gestores compromissados com o projeto institucional. Falamos com pessoas apaixonadas pelos projetos institucionais. Invista em gente;

2. Constituíram um ecossistema de inovação. A inovação está na concepção do currículo, na formação por competências, nas metodologias, no foco na aprendizagem, no uso de tecnologia, entre outros. A inovação é institucional e sistêmica. Construa um ecossistema de inovação em sua instituição;

3. Definiram um modelo acadêmico que engaja os estudantes, que os desafia com problemas reais (a proposta é buscar soluções para os desafios da sociedade), que valoriza a teoria e a prática, o trabalho colaborativo e que requer atitude diferente dos professores. O modelo acadêmico terá que proporcionar resultados nos processos de avaliação do MEC. Tenha um DNA institucional que defina e institucionalize o modelo acadêmico e que proporcione resultados acadêmicos mensuráveis;

4. Instituíram equipes de inovação responsáveis pelas pesquisas e pela elaboração das estratégias de inovação acadêmica. São equipes vinculadas diretamente aos principais gestores da instituição. Invista em uma equipe de inovação capaz de colaborar com a melhoria dos resultados acadêmicos;

5. Construíram currículos mais flexíveis, menos disciplinares, focaram na formação por competências e investiram no ensino híbrido. O conceito de ensino híbrido foi apropriado pelas instituições visitadas. Investiram no EAD e procuraram instituir modelos que estejam sintonizados com os parâmetros do ensino superior contemporâneo. Tenha currículos flexíveis e interdisciplinares e fomente cursos que sejam mais híbridos;

6. Entenderam que é preciso investir em pessoas, em especial, nos professores. Atuam para instigar a mudança da atitude dos docentes e oferecem diferentes cursos para os professores, em muitos casos, cursos obrigatórios. Invista na formação de professores e instigue a mudança de atitudes;

7. Priorizaram o vínculo com a sociedade, com projetos de cooperação efetiva. As ações sociais não se restringem às normas legais. Há clara preocupação com a relevância e pertinência da instituição. Seja relevante para a sociedade;

8. Entenderam que o vínculo com o setor produtivo é estratégico por vários motivos, entre eles, captar recursos, aumentar a empregabilidade dos estudantes e ter o setor produtivo como colaborador das atividades acadêmicas. Há uma valorização dos Parques Tecnológicos. Tenha vínculos consistentes e permanentes com o setor produtivo;

9. Reconhecem que os processos de inovação precisam ser sustentáveis, por isso, procuram medir o impacto e a eficiência das atividades relacionadas ao processo de inovação. Tenha um plano, seja sustentável e mensure as atividades de inovação;

10. Declararam que estão abertas à cooperação com o Brasil, que temos muitas possibilidades de sinergias. A tarefa do Semesp e do Consórcio STHEM Brasil será fazer as conexões. Esteja aberto para a cooperação e para a formação de Redes.

*Autores:

Fábio Reis – diretor de Inovação e Redes do Semesp, diretor do Consórcio STHEM Brasil e professor do Unisal

Guilherme Marback Neto – reitor da Unijorge e professor da UFBA

Bruno Toledo – reitor da Unitoledo