Diretores da entidade reuniram-se, em Camberra, com o economista que criou o sistema adotado pelo país em 1989

Na Austrália, para a 10ª Missão Técnica Internacional, que será realizada até o dia 30 de abril, os diretores Rodrigo Capelato, Executivo, Fábio Reis, de Inovação Acadêmica e Redes de Cooperação, e o diretor de Relações Institucionais, João Otávio Bastos Junqueira, participaram de uma reunião com o economista e acadêmico Bruce Chapman, referência mundial para programas de financiamento estudantil. O encontro também contou com representantes da Receita Federal da Austrália, responsáveis por assegurar a política de financiamento do ensino superior no país.

Bruce Chapman ficou conhecido mundialmente por ser o fundador do HECS – Higher Education Contribution Scheme, sistema de financiamento estudantil australiano, adotado em 1989 e considerado um dos mais eficazes do mundo. Atualmente, Chapman é professor da Faculdade de Negócios e Economia da Universidade Nacional Australiana.

Para o diretor executivo, Rodrigo Capelato, é importante ressaltar que Bruce Chapman também colocou em pauta o fim da gratuidade da universidade pública, o que, segundo Capelato, é um assunto que o Brasil também precisa enfrentar. “Na Austrália essa questão foi discutida há 30 anos e, na atualidade, é uma questão totalmente resolvida no país. Todos têm de pagar, mas existe financiamento para todos. Como já imaginávamos, o modelo australiano é o mais justo de todos, pois está atrelado à renda futura do estudante, traz mais justiça social e oferece oportunidade para todos. É o que devemos levar para o Brasil, como proposta o fim gratuidade e financiamento atrelado à renda”, afirmou Capelato.

“O sistema de financiamento da Austrália é muito mais seguro para o aluno, uma vez que a taxa corresponde à renda do próprio estudante, de acordo com o que é declarado no imposto de renda. Uma proposta interessante, pois se o aluno estiver com uma renda baixa, ele pagará um valor menor no financiamento, o que automaticamente reduz o número de casos de inadimplência, problema recorrente no Brasil quando falamos de Fies”, explicou Fábio Reis. Sobre a gratuidade, vale ressaltar que “não tiveram receio de discutir e implantar. Priorizaram a questão da equidade, de justiça social no país. Investiram no que é necessário para a sociedade”, completou Reis.

Assista aqui ao vídeo dos diretores do Semesp, no qual comentam as políticas de financiamento, regulação e avaliação australianas.