Fonte: Jornal Metro Campinas
Localidade: CAMPINAS – SP
Data de publicação: 21/02/2018
Editoria: Educação: 12

Uma das dificuldades para conseguir ingressar em uma universidade particular é arcar com o preço da mensalidade. Os interessados em financiar os estudos em uma instituição privada podem se inscrever na edição de 2018 do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) até o dia 28 de fevereiro, às 23h59. Durante o ano, 310 mil vagas serão oferecidas, sendo que o primeiro semestre receberá 155 mil delas –
as inscrições estão abertas desde o último dia 19. A disputa é grande por uma oportunidade de ingressar no programa, que passou por mudanças. Para começar, uma das exigências agora é ter feito uma das edições do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) a partir de 2010 e ter uma média de, pelo menos, 450 pontos, sem ter zerado a redação. Outra obrigação é se encaixar nos perfis de renda. Em
2017, existia somente uma maneira de financiamento para alunos com renda familiar per capita de até três salários mínimos e juros de 6,5% ao ano. Agora, são duas modalidades: Fies público e P-Fies, estruturadas em três faixas. A primeira segue o perfil do ano passado e tem juros zero. Tanto Rodrigo Capelato, diretor executivo da Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de
Ensino Superior no Estado de São Paulo) quanto o diretor executivo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), Solón Caldas, afirmam que conseguir custear 100% é difícil e, por isso, candidatos com renda baixa não conseguem pagar o restante da mensalidade. “Para um curso que custa RS l mil por mês, um aluno com renda de 1,75 salários mínimos receberá 17% pelo Fies, e terá que arcar com os 83% restantes. A maioria desiste”, afirma Capelato. A segunda modalidade é o P-Fies (Programa de Financiamento Estudantil), em que o contrato e a taxa de juros serão definidos pelo banco, a instituição de ensino e o estudante. Essa modalidade é dividida em duas categorias. Uma é destinada às regiões Norte, Nordeste e Centro–Oeste, com recursos dos fundos constitucionais e de desenvolvimento, para os que tiverem uma renda per capita mensal familiar de três a cinco salários mínimos. A outra, que abrange todas regiões do Brasil, utiliza recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social). Para o P-Fies, Caldas explica que “como os bancos têm juros maiores e critérios de avaliação mais severos, candidatos de baixa renda
possuem menores chances de conseguir o financiamento.” Outra mudança significativa é sobre o valor da mensalidade. Antes variável ao longo do curso, agora essas alterações são definidas e o aluno saberá o valor total da dívida ao assinar o contrato.