– FOTO GUILHERME BATISTA

Fonte: DHoje Interior
Localidade: São José do Rio Preto – SP
Data de publicação: 22/02/2018
Editoria: Notícias

O sistema presencial registrou queda de 6,7% na cidade, um dos principais fatores é o corte do Financiamento Estudantil do Governo Federal.

O número de ingressantes em cursos de Educação a Distância (EAD) subiu 47% em São José do Rio Preto. Porém, restrições econômicas fizeram com que a entrada de alunos em graduações presenciais caísse 6,3%, segundo o Sindicado das Mantenedoras de Ensino Superior (SEMESP). O dado foi divulgado na 14ª edição das Jornadas Regionais, realizada, na quarta-feira (21)na cidade.

Para o diretor executivo da instituição, Rodrigo Capelato, as restrições do Financiamento Estudantil (Fies) é um dos mais importantes fatores da queda. “O curso presencial é mais caro. O clima de insegurança financeira fez com que houvesse um receio e um adiamento da realização da faculdade por parte da população. Além disso, o corte no Fies é primordial. O estudante de baixa renda não entra nas universidades públicas, por falta de vagas, e não consegue dar sequência no setor privado, por falta de subsídio”, afirma.

O estudo mostra que apesar o crescimento dos números no EAD, não existiu uma migração dos estudantes para o sistema. Capelato coloca o aumento da demanda de cursos como justificativa. “O perfil dos estudantes é diferente. Nos cursos EAD, a faixa etária dos participantes é maior, a média é de 31 anos, enquanto, no presencial é de 21 anos. É uma parcela que trabalha e que está realizando o sonho do ensino superior. Possível graças a flexibilidade de horários, por exemplo”, explica.

Apesar do crescimento de alunos no EAD, a evasão destes teve um aumento de 33,3%, contra 20,8% no modelo presencial. “O estudo a distância é muito mais difícil. Primeiro, porque o mercado está confuso. Existe muita gente criando modelos que nem sempre aderem às necessidades dos alunos. E, em segundo, o EAD exige uma maior disciplina do graduando, devido à falta de uma cobrança incisiva”, comenta.

O diretor pontuou a preocupação com o sucateamento do ensino superior. “O EAD deve ser um instrumento de enriquecimento. O grande perigo é usá-lo como justificativa para redução de custos e, neste caso, a educação fica prejudicada. Mas, acredito que o próprio mercado impedirá esse quadro”, conclui.

Por Marina LACERDA