O Semesp apresentou na 14ª edição das Jornadas Regionais em Santos, nessa quarta-feira (04/4), o “Panorama, Tendências e Indicadores de Qualidade” do ensino superior das Regiões de Governo de Santos e de Registro, compostas por 23 municípios.

O evento, realizado anualmente pelo Semesp, em várias regiões do estado de São Paulo, com os objetivos de se aproximar das Instituições de Ensino Superior e levar orientação especializada para o setor, contribuindo para o aprimoramento da educação acadêmica.

Segundo Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, mesmo com a grave crise econômica que o país sofre desde 2015 e a crise do Financiamento Estudantil – Fies, a variação das matrículas nas instituições de ensino superior, em cursos presenciais, da Região de Governo de Santos manteve-se praticamente estável. Enquanto o Estado de São Paulo registrou queda de 3,4%, na Região de Santos a variação foi positiva de 0,03% em 2016. Na Região de Governo de Registro, o desempenho foi melhor ainda, o crescimento das matrículas chegou a 8,9%.

No Estado de São Paulo, as instituições privadas registraram queda de 4,5%, enquanto que na Região de Santos a queda foi de apenas 1,4%, passando de 46.539 mil em 2015 para 46.406 mil em 2016. Na Região de Registro o crescimento foi de 8,7%, passando de 2.441 em 2015 para 2.653 em 2016. “A explicação desse cenário um pouco melhor nas Regiões de Santos e de Registro, em relação ao Estado de São Paulo, deve-se ao trabalho intenso das instituições locais para auxiliarem os alunos com oferta de financiamentos próprios, cursos com boa empregabilidade e renegociações”, explica Rodrigo Capelato.

Para a vice-presidente do Semesp e presidente da Universidade Santa Cecília – Unisanta, Lúcia Maria Teixeira, “a região apresentou também resultados melhores do que a média brasileira, em relação à evasão de alunos no ensino presencial, isto é, aqueles que desistiram do curso. A evasão de 23,9% de universitários que possuem Fies, e de 35,9% dos que não têm Fies, foi menor do que a média do Brasil, de 56,5%. E melhor até do que as instituições públicas brasileiras, que apresentam 44,4% de desistência do alunado. Esse dado reflete o trabalho das instituições regionais não apenas no acesso, mas igualmente na permanência dos alunos. Por outro lado, deve-se lembrar dois pontos importantes de que o País não pode descuidar, no cenário educacional: primeiro, a melhoria do ensino fundamental e médio brasileiro, para possibilitar o acesso à universidade e a redução da evasão no ensino superior. Em segundo, o aumento do financiamento do Governo aos estudantes de instituições particulares, pois ainda há potencial demanda, seguindo a experiência exitosa de outros países”.

As matrículas nos cursos a distância registraram desempenho mais expressivo em relação aos cursos presenciais. Na Região de Governo de Santos o desempenho foi ainda melhor em relação ao Estado de São Paulo. Enquanto no Estado o crescimento foi de 10,8%, na Região de Santos o aumento chegou a 15,6%.

Os cursos a distância são procurados pelas pessoas de faixa etária mais elevada. Enquanto o público que procura os cursos presenciais é, na maioria, composto de jovens até 24 anos. Já os interessados por cursos a distância têm, na maioria, mais de 29 anos. “Os cursos a distância têm sido muito interessante para as pessoas que não tiveram a oportunidade de fazer um curso superior quando saíram do ensino médio. Além da flexibilidade de horário e de não precisarem se deslocar todos os dias para a faculdade, os valores mais acessíveis das mensalidades tornam os cursos atrativos para as pessoas que querem crescer profissionalmente ou mesmo aumentar as suas chances de empregabilidade”, afirma Rodrigo Capelato.

O prof. Valdir Lanza, vice-presidente, destacou o compromisso do setor em oferecer ensino superior de qualidade, mesmo diante das dificuldades do país e da falta de políticas públicas. O vice-presidente também destacou o comprometimento da entidade e reforçou a importância do documento “Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro”, apresentado pela entidade ao governo. “Não basta apontar os erros, é preciso participar e apresentar propostas que indiquem os caminhos para o desenvolvimento do ensino superior brasileiro.”

Pela manhã, o diretor Jurídico do Semesp, José Roberto Covac, palestrou sobre as mudanças na legislação e os impactos nas IES após o Decreto 9.235/17,  e a coordenadora da Assessoria de Planejamento e Acompanhamento Acadêmico da Pró-reitoria de Graduação e pesquisadora Institucional da Universidade Cruzeiro do Sul, Inês Confuorto, falou sobre os novos Instrumentos de Avaliação e como organizar a instituição para obter melhores resultados nos processos avaliativos. No segundo bloco, o coordenador do SADEBR, Glauson Mendes, contou como a Comunicação Digital é estratégica para captar e reter alunos, a professora e coordenadora do Curso de Pedagogia do Unisal (Lorena), Maria Aparecida Felix do Amaral e Silva, mostrou como sensibilizar a área acadêmica e engajar os professores em processos de inovação que gerem mudanças institucionais.

As próximas etapas das Jornadas Regionais serão realizadas em São José dos Campos (16/5); Sorocaba (23/5) e Ribeirão Preto (5/6).